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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

Eu sempre soube o que eu não queria.

Dias desses, conversando com minha mãe fiz a seguinte afirmação sobre minha vida profissional:  "Eu sempre soube o que não queria" Pode parecer qualquer coisa isso, mas não é. Quando eu estava próximo de me formar as 30hs de trabalho no serviço social já era uma realidade, era comum colegas com duplo e até triplo vínculo. Eu sempre me questionei sobre a qualidade do trabalho desenvolvido e a saúde mental dos mesmos. Eu desde o início dizia, "Eu quero um vínculo só", algumas pessoas riam...  eu trabalhei para isso, não fazia concurso que considerava que o salário não fosse suficiente para me manter, não aceitei ir para qualquer área. Falo de um lugar de privilégio, pois passei em um concurso antes ainda de me formar e morava como meus pais. Essa compreensão de trabalhar 3 ou 4 dias era algo muito importante  e caro para mim, eu já tinha tido a experiência de "trabalhar" 50 horas semanais, fazia 2 estágios, e lembro como isso foi prejudicial para algu

Eu não consigo respirar...

Essa foi a frase proferida  11 vezes por    Eric Garner , um homem negro de 43 anos que foi estrangulado por um policial branco em Nova York  em no ano de 2014. A série  ORANGE IS THE NEW BLACK” em 2017 fez uma alusão a tal frase. Poderia essa frase ter saído da boca de Pedro Gonzaga(jovem de 19 anos negro assassinado por um segurança do Supermercado Extra na Barra da Tijuca) literalmente falando, mas metaforicamente falando, essa frase saí da boca de cada negra e cada negro desse país ainda que esta e este não tenham consciência. Quando ao nascer muitas e muitos já não têm seus respectivos pais presencialmente ou no seu documento. Quando a escola a estas e estes dedicados é de qualidade altamente questionável, quando não, são impedidas e impedidos de ter aulas devido a "confrontos" no território. Quando as famílias pretas são  69%  dos beneficiárias do Programa Bolsa Família. Quando a cada 23 min um jovem negro é assassinado, quando a violência contra mulheres negras

Sou

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                                                                                                                          Outubro/2018. Quando o corpo sentiu falta... as lembranças embalaram olhar.. o bailar. Quando olhos não puderam ver o sorriso veio para acalmar Quando o tato se fez em falta A saudade escorreu pelo olhar, Deu  sentido a lágrima do amar. O som do silêncio gritou bem alto, A ponto de me fazer bailar... Acordando a saudade, aclarando minha vontade. Clareou.... Clareou  tão longe.... Que indicou o caminho para onde andar. Me mandou seguir sem medo E que acreditasse apenas Que também tenho direito sentir aqui no meu peito de ser quem sou!

Da série, relatos profissionais: Sobre resistência das mulheres pretas e a retórica "emponderada" que não dialoga.

Hoje durante um dos atendimentos que fiz, atendi mãe e filho (Adolescente de 17 anos sem o nome do pai na certidão pois o mesmo faleceu quando sua mãe ainda estava grávida de um mês - já estamos encaminhando isso) Para quem não sabe, em  março fará um ano que trabalho em CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social- e atuo mais especificamente como MSE- Medida SocioEducativa, nas modalidades de LA- Liberdade Assistida- e PSC Prestação de Serviço Continuado. Durante o período mínimo de 6 meses, podendo ser prorrogado ou não, atendendo e acompanhando aos adolescentes (em sua maioria meninos) e suas famílias (em sua maioria mulheres, mães, avós, tias e ou irmão maiores). Poderíamos discorrer sobre esse lugar delegado à mulher , o lugar do cuidado e etc, mas não é esse foco aqui, apesar de atravessar a conversa. Voltemos a caso. Adolescente João ( nome fictício) 17 anos, envolvimento com tráfico ,estando a apenas duas semana

Devaneios Enviados....

Parece ser sobre  você Mas na verdade, é  sobre mim. É  sobre minhas vontades, necessidades e expectativas; É  sobre  como eu as expresso ou não ; É sobre como  as pessoas se interelacionam com isso mesmo  sem saber. E isso!? Isso não  é delas Isso é meu. É sobre como sou a sagitaria mais metódica  e sistemática que já  vi na vida.. É sobre, como a tentativa  de ser fria e calculista enjessa todo o resto ou torna pesado. É  sobre institucionalizar e extremar.. Sim!  Ex-tre-mar..assim soletrado. O extremo que vai da super liberdade a   tentativa  de dominar os processos.. processos não  pessoas. Mas isso.. Isso não é meu é seu... É sobre sua forma de viver e se relacionar no mundo. É sobre a forma como você  me afasta e me atraí na mesma conjunção,  mas talvez nem saiba. É sobre as coisas suas, só suas, que só  você entende ... É como esse seu jeito doce me seduz e me desorienta. eu sei que se torna meu e se torna seu quando eu  gostaria de interagir com você e ao que parece v

Território

Território fechado 3 corpos tombados Fechou tudo escola, posto de saúde, Cras , Creas... Até o mercado. Atmosfera pesada Ninguém  sabe de nada... Sabe assim ..sem saber ... Vive assim..  sem viver.... Viver ? ou será  que você  quis dizer... Sobreviver!? E amanhã? Ah! assim como diz a música l  "vai ser outro dia" Será? ou será o repit das mesmas dores, E, outros corpos tombados no cotidiano dos territórios fechados. Nova Iguaçu, Junho de 2018.

De uma filha de Oxum para Yemonjá.

Dizem, que Opará é Oxum do desaguar Que ela habita na pororoca. No encontro do rio com o mar Mas que no fundo é tudo Rio, é tudo Oxum. Dizem também que Oxum e Yemonjá são a combinação necessária. O salinizar do rio, O adocicar do mar. É  dizem ainda, que quando o rio (Oxum) ganha o mar ( Yemonjá) ele se torna imensidão. É como se fosse seu segundo lar. Talvez por  isso eu me sinta tão sua, tão minha, tão nossa por aqui está. No colo da Yába Yemonjá. Primavera 2018, Pedra da Tartaruga. Malú Ribeiro Vale Yawô de Oxum.

Água, fogo e vento…Regendo amores, sabores e dessabores.

Ela anda meio cansada da vida, um tanto cansada de caminhar sozinha, acreditou até aquele momento que a solução era (re)significar a forma de ver as relações. Se convenceu de que tudo é socialmente construído, ate é, mas as vezes não. Talvez não estivesse errada, apenas pudesse ter errado na perspectiva, no método como ela mesmo muito gosta de falar. De verdade, verdade ela não admite. Ela é sonhadora, romântica, doce, aprendeu a ser forte e acreditou que tem que ser assim sempre e se surpreende quando vê a vida escorrer por entre seus dedos e tomar a sua forma, forma esse que ela não consegue dominar. Ela ama água, ela ama o fogo, ela ama o vento… O engraçado é, que ela ama tudo aquilo que não se pode controlar.. É agitada! Mas, quer a calma de um amor tranquilo que também mistura a adrenalina de um desafio. Em suma, ela tenta congregar elementos quase que contrários, quase não! Ela tenta congregar elementos contrários. Se bem que, na verdade ela congrega