Ora iê iê ô Oxum não me desampara.
Há tempos não passo por aqui, hoje escrevo porque a angustia,
a ansiedade o medo me consomem.
As certezas já estão estremecidas, a pouco menos de um ano
fiz uma opção religiosa, que na realidade se trata de um mero retorno as raízes
familiares e ancestrais. Alguns consideram a escolha um pouco abrupta, outras talvez
diriam equivocadas, outros que religiões de modo geral não servem pra nada.
Pois bem eu sou um ser movido por fé, seja no que for, nem que seja fé na vida,
por alguns anos isso foi o que me moveu, mas durante meu processo de redescobrir
as religiões o candomblé sempre me cativou, mesmo sem conhecê-lo a fundo.
Desde que optei pelo candomblé como religião, não escondi de
ninguém. Na verdade antes eu até o professava sem ser praticante real, sabe
como ?! “Saravá na balada” é mole, nos grupo que exaltam a cultura afro e samba é mole falar de “macumba”. Mas hoje não,
hoje sou candomblecista de fato!
E hoje escrevo porque o desconhecido tem me desafiado e isso
é bem maluco, a materialista histórica se rendendo ao que não pode ser explicado
via ciência.
Quais serão os desafios e o que isso me trará eu não sei,
mas minha Mãe Oxum não me desamparou nunca, nem quando eu sequer tinha dimensão
de quem era Ela em minha vida, hoje consigo olhar para trás e ver por quantas
vezes ela se fez presente.
Como filha da Rainha das
águas doces tentarei eu estar calma e serena como a parte mais tranquila do
rio,
para eu consigo visualizar tudo da melhor forma possível.
Kilisè Yê Yê Opará.
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